
(6) Monólogo da Senhora Solidão
Foi numa noite de primavera, não foi?─Perguntou Senhora Solidão ao Senhor Desejo.
O ar da noite estava agradável, entretanto não conseguia dormir... Descansar o coração, acalmar o desejo e imaginou-se sozinha na praia iluminada pela lua cheia, com seus cabelos desalinhados pelo vento...
Não se lembrava quando estivera sozinha consigo mesma, talvez nunca.
Sempre era ela com outros - e que não conseguia ser ela mesma, porque os outros se refletiam nela, o que a impedia de ser pura e neste mundo pouquíssimas eram as coisas puras e verdadeiras.
E coberta de silêncio, caminhava em seus sonhos, acariciou os seios lembrando dos lábios e do carinho das mãos do Senhor Desejo e ao mesmo tempo sentindo a decepção provocada pela mudez dele... a não resistência, não a amava tanto... A ponto de não questionar “o adeus”.
Coração torcido e doído de paixão estava assustada, quis se esforçar a entender o porquê de desejar tanto aquele homem. E ele, estaria perdido do resto da humanidade, como ela estaria?
Perto de outro coração selvagem... A vida a teria levado, ele era Leão, e a magia essencial da vida, onde teria se escondido? Nunca mais seria a mesma pessoa e o devaneio de ouvi-lo cantando sussurrando ao seu ouvido, enquanto teria seu corpo colado ao dela numa longa dança... Realizaria? Estava pensando, brincando de viver.
...
Foi numa noite de primavera, não foi?─Perguntou Senhora Solidão ao Senhor Desejo.
O ar da noite estava agradável, entretanto não conseguia dormir... Descansar o coração, acalmar o desejo e imaginou-se sozinha na praia iluminada pela lua cheia, com seus cabelos desalinhados pelo vento...
Não se lembrava quando estivera sozinha consigo mesma, talvez nunca.
Sempre era ela com outros - e que não conseguia ser ela mesma, porque os outros se refletiam nela, o que a impedia de ser pura e neste mundo pouquíssimas eram as coisas puras e verdadeiras.
E coberta de silêncio, caminhava em seus sonhos, acariciou os seios lembrando dos lábios e do carinho das mãos do Senhor Desejo e ao mesmo tempo sentindo a decepção provocada pela mudez dele... a não resistência, não a amava tanto... A ponto de não questionar “o adeus”.
Coração torcido e doído de paixão estava assustada, quis se esforçar a entender o porquê de desejar tanto aquele homem. E ele, estaria perdido do resto da humanidade, como ela estaria?
Perto de outro coração selvagem... A vida a teria levado, ele era Leão, e a magia essencial da vida, onde teria se escondido? Nunca mais seria a mesma pessoa e o devaneio de ouvi-lo cantando sussurrando ao seu ouvido, enquanto teria seu corpo colado ao dela numa longa dança... Realizaria? Estava pensando, brincando de viver.
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Um comentário:
poética linda, elegante ..excitante.
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