segunda-feira, 3 de março de 2008

(16) Nossa história


(16) Nossa história

Nossa história tão ínfima e única, tão preciosa - de ardente paixão e calmaria após olhos atravessados de prazer. Não te posso esquecer se sempre me vem na pele o arrepio do toque teu - na alma nasce um tesão incontrolavelmente desmesurado de te ter dentro de mim...
"Eles são tão felizes, o encaixe perfeito do côncavo e do convexo" - diriam alguns que conhecessem o que aconteceu conosco num feliz lapso do tempo terreno.
Sinto-te - e sei que tu também tens paixão acesa e que és meu amado e que nosso conto não é apenas um "caso" no ocaso de nossa vida.
És e serás infinito - como a brisa que bate no rosto no caminhar diário a beira mar.
À noite quando me deito - imagino num sussurro de olhos fechados os encontros, os enganos, e a saudade que sinto de ti. Vejo-te dormindo no meu silêncio da penumbra do quarto de quatro paredes. É como se tu fosses uma sombra da minha, um homem cansado de tanta lida - de tanta luta. Eu te amo assim em meus lençóis todas as noites, mesmo que não me vejas. Acarinho-te em pensamentos e com o desejo latente na pele que um dia provastes.

Apaguei as luzes e precisei confessar o que ia no meu íntimo às águas azuis do mar que ali mefitava em sua eterna mudez: -Num tempo não muito distante, o queimor de solescaldante que ardia entre minhas pernas, levou-mea deitar sobre um sexo avolumado, faminto, agoniado pelo desejo de ser tragado pela gruta úmida protegida por coxas macias - que sempre iniciavam um galope louco por aquele corpo de homem lobo.
O depois - era uma pausa como numa sinfonia de Mozart, nos olhos dele brilhava um riso dourado e nos lábios a vontade que tínhamos de conversar tantas coisas, no entanto apagávamos as vozes e os cílios para adormecer alados... Pecador!...O teu silêncio é tão terrivelmente gélido... Espero respostas, não consigo me controlar, poderia também permanecer na estática da vida, segurando o desejo. Tenho receio do perigo e da ameaça que é se estar apaixonada, tantos sonhos... Sonhamos.

Tão fera ferida sempre fora... E, no entanto, apesar da experiência de muitos cotidianos desastrosos vividos, deixei-me seduzir... Abri para a paixãodesmedida, avassaladora... Ele, pele e coração de lobo, uma energia que transbordava através dos poros - algo fascinantee adoravelmente sedutor. Renunciei á minha segurançapétrea e me entreguei à luxúria. Deixou-me tão depressa - logo após ele ter me transformado em papier mâché. ---, Guarda oceano em tuas águas abissais - você que é meu confidente, tudo que te falo, em confissão, neste momento de tristeza.

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